"As tendências e políticas
curriculares (Vd. OECD, UNESCO; EU, Estudos internacionais como o PISA na s
suas várias edições, entre outros) desde o último quartel do século XX vêm
recomendando um “emagrecimento curricular” que contrarie a tendência
enciclopedista e a deriva aditiva que tendem a criar prescrições
excessivamente extensas, acumulativas e muitas vezes irrelevantes, pouco úteis
à complexa formação científica, cultural e humanista que se requer hoje dos
cidadãos. Por outro lado, a massificação da escolarização por tempos cada vez
mais longos recomenda que se eleja como currículo comum, a ser de facto
aprendido por todos, mas possibilitando vias de construção variadas que rentabilizem
os contextos diversos, aquele corpo de aprendizagens comuns
verdadeiramente essenciais para a plena inclusão de todos na
sociedade.
Debate-se assim os sentidos de aprendizagens
essenciais, sublinhando que não constituem uma diminuição de conhecimento,
mas devem antes constituir-se como eixos estruturantes de conceitos,
conteúdos , capacidades e processos que aproximem todos de um nível mais
aprofundado e mais rico de conhecimento e competências. Essencial aproxima-se
assim de estruturante, significativo, indispensável ao campo disciplinar e
passível de mobilização e desenvolvimento continuado. A essas aprendizagens
essenciais que no seu conjunto configuram o currículo, se dirigirá
todo o trabalho de regulação e avaliação, quer interna quer externa, como
garante da consecução do percurso curricular essencial por todos.
No modo de gestão do currículo nas
escolas e pelos professores, que se deseja cada vez mais autónomo, as
opções de trabalho pedagógico-didático, nomeadamente as estratégias de
ensino trabalhadas, quer no plano disciplinar quer em espaços
integradores, deverão pautar-se por esta “essencialidade “ seletiva dos
saberes, que incorporam processos cognitivos e competências de uso, bem como os
valores que se associam ao trabalho de aprender. Tal desiderato constitui a via
pela qual as aprendizagens curriculares convergem para construir e
consolidar características e valores dos aprendentes – crítico, analítico,
colaborativo, questionante, capaz de comunicar..- que estão
consensualizadas e plasmadas no Perfil dos Alunos no final do Ensino Básico e
Secundário (ME 1917)"
Direção
Geral da Educação
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