25 de junho de 2018

Recomendo...


De Ross Morrison McGill, "Mark.Plan.Teach." é um livro publicado em 2016, de cariz muito prático, sobre três das tarefas do professor: ensinar, planificar e avaliar. Ross é mais conhecido como o autor do blogue de Educação mais lido no Reino Unido - Teacher Toolkit.

A minha opinião, expressa no sítio da Amazon onde o comprei, é a seguinte:

"Written in clear language and directly touching the classroom teacher's work, "Mark.Plan.Teach." is a book that all teachers deserve to read. The experience of Ross Morrison McGill as a teacher but also as a deputy headteacher gives him the credibility to know what he is talking about when it comes to strategies for reducing teacher workload without compromising the tasks that are required of teachers. Another virtue of "Mark.Plan.Teach" is that it is based on the author's long experience but also on research, making their practical contributions very valuable to new or even more experienced teachers. A highly recommended book because it is truly on the side of teachers and students. A true teacher toolkit."

24 de junho de 2018

Potenciar a aprendizagem



De Peps Mccrea, um paper publicado há poucos dias, sobre como potenciar a aprendizagem tendo por base 9 perceções diferentes com implicações para a sala de aula. Descarregar aqui.


Aprendizagens essenciais


"As tendências e políticas curriculares (Vd. OECD, UNESCO; EU, Estudos internacionais como o PISA na s suas várias edições, entre outros) desde o último quartel do século XX vêm recomendando  um “emagrecimento curricular” que contrarie a tendência enciclopedista e a deriva aditiva que tendem a  criar prescrições excessivamente extensas, acumulativas e muitas vezes irrelevantes, pouco úteis à complexa formação científica, cultural e humanista que se requer hoje dos cidadãos. Por outro lado, a massificação da escolarização por tempos cada vez mais longos recomenda que se eleja como currículo comum, a ser de facto aprendido por todos, mas possibilitando vias de construção variadas que rentabilizem os contextos diversos, aquele corpo de aprendizagens comuns  verdadeiramente essenciais  para a plena inclusão de todos na sociedade.
Debate-se assim os sentidos de aprendizagens essenciais, sublinhando que não constituem uma diminuição de conhecimento, mas devem antes constituir-se como eixos  estruturantes de conceitos, conteúdos , capacidades e processos que aproximem todos de um nível mais aprofundado e mais rico de conhecimento e competências. Essencial aproxima-se assim de estruturante, significativo, indispensável ao campo disciplinar e passível de mobilização e desenvolvimento continuado. A essas aprendizagens essenciais que no seu conjunto configuram o currículo, se dirigirá todo o trabalho de regulação e avaliação, quer interna quer externa, como garante da consecução do percurso curricular essencial por todos.
No modo de gestão do currículo nas escolas e pelos professores, que se deseja cada vez mais autónomo, as opções  de trabalho pedagógico-didático, nomeadamente as estratégias de ensino trabalhadas,  quer no plano disciplinar quer em espaços  integradores, deverão pautar-se por esta “essencialidade “ seletiva dos saberes, que incorporam processos cognitivos e competências de uso, bem como os valores que se associam ao trabalho de aprender. Tal desiderato constitui a via pela qual as aprendizagens curriculares convergem para construir  e consolidar características e valores dos aprendentes – crítico, analítico, colaborativo, questionante, capaz de comunicar..- que  estão consensualizadas e plasmadas no Perfil dos Alunos no final do Ensino Básico e Secundário (ME 1917)" 
Direção Geral da Educação

22 de junho de 2018

Avaliação: formativa vs sumativa



22 Simple Assessment Strategies & Tips You Can Use Every Day 
(by Teach Tough)


1. An open-ended question that gets them writing/talking
2. Ask students to reflect
3. Use quizzes
4. Ask students to summarize
5. Hand signals
6. Response cards
7. Four corners
8. Think-pair-share
9. Choral reading
10. One question quiz
11. Socratic seminar
12. 3-2-1
13. Ticket out the door
14. Journal reflections
15. Formative pencil–paper assessment
16. Misconception check
17. Analogy prompt
18. Practice frequency
19. Use variety
20. Make it useful
21. Peer instruction
22. “Separate what you do and don’t understand”

















20 de junho de 2018

Mais sobre os estilos de aprendizagem

"Does Tailoring Instruction to “Learning Styles” Help Students Learn?"

Daniel T. Willingham

Um artigo sobre o mito dos estilos de aprendizagem, da autoria do psicólogo Daniel T. Willingham, autor do livro que já aqui divulguei, "Why don't students like school?".

Em suma: usar a teoria dos estilos de aprendizagem na sala de aula não traz vantagens para os alunos. Mas há uma nova perspetiva. Os pesquisadores sabem há muito tempo que as pessoas afirmam ter preferências de aprendizagem ao dizer "o meu estilo de aprendizagem é o visual" ou "gosto de pensar em palavras". Há cada vez mais evidências de que as pessoas agem baseadas nessas crenças. Se essa perspetiva for alimentada pelo professor, o "visual" vai pensar em fotos, em vez de palavras. Mas isso não traz vantagens cognitivas pois as pessoas acreditam que têm estilos de aprendizagem e tentam pensar no seu estilo preferido, mas isso não ajuda a pensar.

5 etapas para a inovação


18 de junho de 2018

Recomendo...


O título é apelativo mas a ideia de um psicólogo cognitivista a escrever talvez possa afastar a ideia de o ler, ainda para mais em inglês. Errado. 

Daniel T. Willingham escreve de uma forma simples, baseado na investigação, sobre o modo como funciona o cérebro e como os alunos aprendem. 

Com uma abordagem de fácil aplicação e cientificamente fundamentada, o livro está claramente orientado para ajudar os professores a melhorar a sua prática, através da explicitação e exemplificação de nove princípios, com aplicações claras para a sala de aula.

Um livro que gostaria de ter lido nos primórdios da minha experiência profissional como professor.

6 de junho de 2018

Recomendo...



Não, não é sobre as florestas equatoriais. Publicado em 2017, "The learning rainforest" é um excelente livro de Tom Sherrington, autor do blogue Teacherhead.com, sobre a arte de ser professor, baseado na sua longa experiência de professor e de diretor de escola, mas também na investigação relevante para cada assunto tratado. 

Para novos professores ou simplesmente para os mais experientes que querem ver reunido num único exemplar e escrito de forma simples e acessível, um conjunto de princípios para implementar na sala de aula.


Cinco sugestões de leitura...



"El traje nuevo del profesor o el docente desnudo" (El Blog de Salvaroj)

"Candles in the darkness" (Teaching it real) 

"Castigos coletivos são crimes de guerra!" (Com Regras)

"Five things I wish I knew when I started teaching" (Chronotope)

"The 5 worst education arguments by graphics" (Othmar's Trombone)


Contra a ditadura do manual

O mito dos estilos de aprendizagem

Teoria da carga cognitiva

"Cognitive load theory: Research that teachers really need to understand"


Centre for Education Statistics and Evaluation (www.cese.nsw.gov.au)

Princípios de uma boa aula (Donaldson)


Fonte: Impact Wales

Bons princípios para cada aula (Rosenshine)

Fonte: TeachingHow2s

Aprendizagens significativas


"We create what we experience.  Yet too often we talk about what powerful learning can look like, yet not necessarily provide professional learning opportunities for our community to really experience what learning could look like today" 

Para começar...



A sala de aula é o lugar mais especial de cada escola. A sala de aula é, por excelência, o espaço mais importante da escola, onde a magia acontece e o conhecimento se transforma em aprendizagem. A sala de aula pode mudar vidas.
É na sala de aula que a cidadania se começa a exercitar. É um espaço onde as diferentes perspetivas dos alunos devem ser confrontadas, não necessariamente alteradas, mas explicitadas, analisadas, debatidas e até criticadas. É lugar de respeito onde todos têm o direito de falar e ser ouvidos, onde o desacordo não pode resultar em discórdia irreconciliável, mas em discussões animadas, sumarentas e ricas.
A sala de aula é espaço de comunhão, lugar sagrado, em torno do qual tudo gira e se organiza. É na sala de aula, centro do microcosmos educativo, que se faz a transformação da Escola. É aí, nesse espaço confinado e recheado de sonhos, que se constroem as relações que são lastro para que a magia aconteça e a aprendizagem se faça.
É na sala de aula que se desenham resultados extraordinários. E tão extraordinário pode ser a classificação máxima persistente de um aluno, como pode ser extraordinária a superação de um aluno com baixo aproveitamento ou dificuldades de aprendizagem. A cada um a sua própria medida, pois cada aluno é um ser único, irrepetível, incomparável. Mas quando os desafios são significativos para cada aluno e quando o talento e a dedicação do professor é colocado no coração de cada aula, coisas extraordinárias podem acontecer.
O professor terá que definir-se, cada vez menos como porta-voz e reprodutor da verdade estabelecida, frequentemente expressa no manual escolar, da verdade que está no programa, e cada vez mais como alguém cujo trabalho se concretiza no exercício criativo de seus alunos, que os ajuda a olhar para além do horizonte e a dar forma aos seus sonhos. Soltar-se das amarras do que já se conhece e ousar experimentar novos caminhos. Não necessariamente sob o deslumbramento das tecnologias, mas reinventando a sala de aula de forma criativa.
Porque é no interior da sala de aula que acredito estar guardado o segredo para a transformação da Escola, e é o professor o guardião desse segredo, dessa magia para fazer acontecer coisas extraordinárias.
Pedro Damião