"Quando se pergunta aos alunos como eles estudam ou como eles se preparam para um teste, é provável que respondam que releram e/ou sublinharam parágrafos ou frases importantes nos livros e apontamentos. Outra resposta que eles podem dar é que estudam / reestudam os seus apontamentos das aulas, caso tenham (Karpicke, Butler & Roediger, 2009). O problema com todas essas estratégias é que não são realmente eficazes. Na verdade, na maioria das vezes não são eficazes. Como consequência, os alunos perdem o seu tempo e energia (por exemplo, eles não aprendem muito ou a nota deles no exame fica abaixo do expectável)"
Paul A. Kirschner & Mirjam Neelen
Baseados nos resultados da investigação liderada por cientistas da área do conhecimento (Agarwal, Roedinger, Karpicke), Paul Kirschner e Mijam Neelen, autores do blogue 3-Star Learning Experience, apontam o caminho para aprendizagens mais bem sucedidas: testes frequentes e de baixo risco (low stakes testing) ou, dito de outro modo, retrieval practice (prática de recuperação = recuperar a informação da memória), como já aqui foi abordado.
E deixam alguns conselhos para utilizar esta prática como estratégia ao serviço da aprendizagem dos alunos:
- Produção (ser o aluno a dar a resposta funciona melhor do que reconhecer respostas)
- Múltiplos testes funcionam melhor que apenas um teste
- Uma mistura de formatos parece funcionar melhor do que usar apenas um formato
- Espaçar os testes ao longo do tempo (por exemplo, diariamente ou a cada dois dias) é mais eficaz do que "o teste único” de uma só vez (spaced learning ou prática espaçada)
- Testar durante e após uma aula são métodos igualmente eficazes
- Começar com testes sobre conceitos e factos simples antes de passar para a aplicação de conhecimentos
- Dar feedback é um aspeto crucial e um bom feedback ainda é mais
- Testar a aprendizagem logo após a aula (no dia seguinte ou seguintes) é melhor do que na semana seguinte.
Mas não, não se tratam de testes como é habitual fazer-se. Trata-se de testes frequentes, de curta duração e baixa complexidade. É aqui que cabe, por exempo, a utilização do Kahoot, Quizziz, Socrative, entre outros.
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