22 de julho de 2018

Fazer testes, testes, testes...


"Quando se pergunta aos alunos como eles estudam ou como eles se preparam para um teste, é provável que respondam que releram e/ou sublinharam parágrafos ou frases importantes nos livros e apontamentos. Outra resposta que eles podem dar é que estudam / reestudam os seus apontamentos das aulas, caso tenham (Karpicke, Butler & Roediger, 2009). O problema com todas essas estratégias é que não são realmente eficazes. Na verdade, na maioria das vezes não são eficazes. Como consequência, os alunos perdem o seu tempo e energia (por exemplo, eles não aprendem muito ou a nota deles no exame fica abaixo do expectável)
Paul A. Kirschner & Mirjam Neelen

Baseados nos resultados da investigação liderada por cientistas da área do conhecimento (Agarwal, Roedinger, Karpicke), Paul Kirschner e Mijam Neelen, autores do blogue 3-Star Learning Experience, apontam o caminho para aprendizagens mais bem sucedidas: testes frequentes e de baixo risco (low stakes testing) ou, dito de outro modo, retrieval practice (prática de recuperação = recuperar a informação da memória), como já aqui foi abordado.

E deixam alguns conselhos para utilizar esta prática como estratégia ao serviço da aprendizagem dos alunos: 
  • Produção (ser o aluno a dar a resposta funciona melhor do que reconhecer respostas) 
  • Múltiplos testes funcionam melhor que apenas um teste 
  • Uma mistura de formatos parece funcionar melhor do que usar apenas um formato 
  • Espaçar os testes ao longo do tempo (por exemplo, diariamente ou a cada dois dias) é mais eficaz do que "o teste único” de uma só vez (spaced learning ou prática espaçada)
  • Testar durante e após uma aula são métodos igualmente eficazes 
  • Começar com testes sobre conceitos e factos simples antes de passar para a aplicação de conhecimentos
  • Dar feedback é um aspeto crucial e um bom feedback ainda é mais 
  • Testar a aprendizagem logo após a aula (no dia seguinte ou seguintes) é melhor do que na semana seguinte.

Mas não, não se tratam de testes como é habitual fazer-se. Trata-se de testes frequentes, de curta duração e baixa complexidade. É aqui que cabe, por exempo, a utilização do Kahoot, Quizziz, Socrative, entre outros.


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